Passaram-se alguns anos desde a última
realidade postada aqui. Hoje, essa realidade não existe, é diferente. A pessoa, a alma e o
coração são os mesmos. Os sentimentos, as emoções têm a mesma intensidade, o
mesmo valor, porém são vistos de maneira diferente. A realidade do passado evoluiu para outra dimensão.
Pensei bastante antes de tirar a
minha velha caneta da gaveta… tive dúvidas se continuaria a ser fiel,
verdadeira, confidente e tantas vezes conselheira. Acreditei que sim e
atrevi-me a escrever a primeira palavra que me veio à mente, “passado”. Então tive
o sinal, na certeza da lealdade da minha caneta, que, apesar da minha mão ainda
trémula e do peso das palavras que não têm a leveza de outrora, estas fluíram
pesadamente pelas linhas deste velho caderno adormecido no tempo, e foram surgindo
timidamente uma após a outra dando forma à minha despida análise do que foram estes anos
desde a última palavra escrita neste espaço. Senti-me novamente com a
coragem necessária para tentar preencher algumas linhas … quem sabe?! Quem sabe,
se o mesmo caderno, a mesma caneta, o mesmo eu, não conseguem usar as mesmas
palavras, os mesmos sentimentos e emoções para uma visão diferente daquele
passado, diluindo-o neste presente… quem sabe?!